E o rock aportou novamente em Palmeira dos Índios, mais uma vez pra frustrar a expectativa daqueles que dizem que não há público nem gente interessada em produzir eventos na cidade. A resposta para essas pessoas foi dada da melhor maneira com muito rock independente e em sua maioria autoral, um importante detalhe. Numa vibe pra lá de produtiva, Palmeira vem se tornando um fundamental pólo de atividades alternativas e o Palmeira Underground é mais um evento que chega pra somar aos outros que vem ocorrendo.
Numa noite onde as camisas pretas predominaram e invadiram a
casa de eventos Aquarius com um público bem numeroso, nenhuma banda tocou sem
que se formasse uma roda de pogo em frente ao palco, isso mostra além de outras
coisas, que o público tem muita sede de rock em geral. Mais uma das marcas do
evento foi o fato de se apresentarem bandas dos mais diferentes estilos metade
de Palmeira e a outra metade das cidades de Maceió e Delmiro Gouveia.
Abrindo a escalação da noite, sobe ao palco uma das bandas
mais representativas da cidade e que vem conquistando um público fiel, Ariel/Kaliban. Som de cima e bem
ensaiado, um show que mostra o entrosamento entre os músicos durante a execução
de cada música e a desenvoltura do vocalista Pancho, dono de uma voz potente e
marcante. Heavy metal agitado e que convida os fãs do estilo a baterem cabeça.
Já em seguida foi a vez do rock garageiro e barulhento da
maceioense In Fectos, som sujo e
insano, daqueles que quando se ouve dá vontade de quebrar tudo. Parece que o
público entendeu a mensagem de fúria e logo a lenha comeu na roda, um pogo
nervoso mas sem brigas, só porrada sadia... se é que isso existe! Um show
intenso e cheio de gás, pra rockeiro bêbado nenhum reclamar.
Agora no palco mais uma atração local, A Arca banda que mistura vários elementos em sua música, mescla
guitarra com percussão e cria um clima de festa quando toca. Assim como a A/K,
os caras também já estão formando um público legal em Palmeira, o mesmo pessoal
que dançava animado ao som da banda neste dia. Uma apresentação bem dançante e
que fez muita gente se divertir.
Era a vez de mais uma banda visitante subir ao palco e com
um som agressivo e barulhento a Comendo
Lixo veio representar muito bem a cena punk de Delmiro Gouveia. Vários anos
de banda e o envolvimento dos caras com outros projetos musicais fazem deles um
grupo pra lá de interessante. Músicas curtas, letras de protesto e uma
instigação natural do estilo de som. Mais uma vez a roda pegou fogo e a
roqueirada local se acotovelava numa espécie de liquidificador humano.
Sem perder o gás e dando continuidade a pegada punk rock que
invadiu o evento, a Misantropia de
Maceió mostrou que 20 e poucos anos de estrada contam bastante na hora de
descarregar a energia de sua música. Finalizando a sua mais nova gravação de
estúdio, os caras fizeram um set com
várias músicas mais novas e animaram bastante o público que ainda permanecia
ativo no local. Som rápido, simples, direto e que fez da frente do palco um
espaço onde a conexão Palmeira-Maceió-Delmiro-Arapiraca era notada facilmente
com camaradas de todas essas cidades curtindo juntos os sons da clássica banda.
Pra fechar a noite rockeira em Palmeira a AgressiveCorp. assumiu a missão de
encerrar a festa e agitar os que ainda se mantinha de pé e a fim de agitar. Com
um repertório quase todo formado por músicas cover, os caras trouxeram certa
nostalgia ao evento tocando clássicos do rock como Ramones, Sepultura e
Pantera. Se engana quem acha que ha essa hora a festa estava acabada, pois um
público instigado ainda fazia valer o ingresso pago para presenciar esse
importante evento para a cena rockeira da cidade. Que esse seja o primeiro de
muitos, o barco segue seu rumo e no caminho certo!
Por Luiz R.
Blog: www.sirvase.net
Fotos: Ricardo Silva
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