17 de dezembro de 2012

O rock underground em Palmeira dos Índios


E o rock aportou novamente em Palmeira dos Índios, mais uma vez pra frustrar a expectativa daqueles que dizem que não há público nem gente interessada em produzir eventos na cidade. A resposta para essas pessoas foi dada da melhor maneira com muito rock independente e em sua maioria autoral, um importante detalhe. Numa vibe pra lá de produtiva, Palmeira vem se tornando um fundamental pólo de atividades alternativas e o Palmeira Underground é mais um evento que chega pra somar aos outros que vem ocorrendo.

Numa noite onde as camisas pretas predominaram e invadiram a casa de eventos Aquarius com um público bem numeroso, nenhuma banda tocou sem que se formasse uma roda de pogo em frente ao palco, isso mostra além de outras coisas, que o público tem muita sede de rock em geral. Mais uma das marcas do evento foi o fato de se apresentarem bandas dos mais diferentes estilos metade de Palmeira e a outra metade das cidades de Maceió e Delmiro Gouveia.


Abrindo a escalação da noite, sobe ao palco uma das bandas mais representativas da cidade e que vem conquistando um público fiel, Ariel/Kaliban. Som de cima e bem ensaiado, um show que mostra o entrosamento entre os músicos durante a execução de cada música e a desenvoltura do vocalista Pancho, dono de uma voz potente e marcante. Heavy metal agitado e que convida os fãs do estilo a baterem cabeça.
Já em seguida foi a vez do rock garageiro e barulhento da maceioense In Fectos, som sujo e insano, daqueles que quando se ouve dá vontade de quebrar tudo. Parece que o público entendeu a mensagem de fúria e logo a lenha comeu na roda, um pogo nervoso mas sem brigas, só porrada sadia... se é que isso existe! Um show intenso e cheio de gás, pra rockeiro bêbado nenhum reclamar.








Agora no palco mais uma atração local, A Arca banda que mistura vários elementos em sua música, mescla guitarra com percussão e cria um clima de festa quando toca. Assim como a A/K, os caras também já estão formando um público legal em Palmeira, o mesmo pessoal que dançava animado ao som da banda neste dia. Uma apresentação bem dançante e que fez muita gente se divertir.


Era a vez de mais uma banda visitante subir ao palco e com um som agressivo e barulhento a Comendo Lixo veio representar muito bem a cena punk de Delmiro Gouveia. Vários anos de banda e o envolvimento dos caras com outros projetos musicais fazem deles um grupo pra lá de interessante. Músicas curtas, letras de protesto e uma instigação natural do estilo de som. Mais uma vez a roda pegou fogo e a roqueirada local se acotovelava numa espécie de liquidificador humano.
Sem perder o gás e dando continuidade a pegada punk rock que invadiu o evento, a Misantropia de Maceió mostrou que 20 e poucos anos de estrada contam bastante na hora de descarregar a energia de sua música. Finalizando a sua mais nova gravação de estúdio, os caras fizeram um set com várias músicas mais novas e animaram bastante o público que ainda permanecia ativo no local. Som rápido, simples, direto e que fez da frente do palco um espaço onde a conexão Palmeira-Maceió-Delmiro-Arapiraca era notada facilmente com camaradas de todas essas cidades curtindo juntos os sons da clássica banda.


Pra fechar a noite rockeira em Palmeira a AgressiveCorp. assumiu a missão de encerrar a festa e agitar os que ainda se mantinha de pé e a fim de agitar. Com um repertório quase todo formado por músicas cover, os caras trouxeram certa nostalgia ao evento tocando clássicos do rock como Ramones, Sepultura e Pantera. Se engana quem acha que ha essa hora a festa estava acabada, pois um público instigado ainda fazia valer o ingresso pago para presenciar esse importante evento para a cena rockeira da cidade. Que esse seja o primeiro de muitos, o barco segue seu rumo e no caminho certo!

Por Luiz R.
Blog: www.sirvase.net

Fotos: Ricardo Silva
Leia mais...

27 de novembro de 2012

Muito além do som e da diversão: Entrevista Misantropia



Por Tïago Anônimo

Fotos: Ricardo Silva
Dando sequência na nossa conversa com as bandas que vão tocar no Palmeira Underground no próximo dia 15 de dezembro, trocamos uma idéia com o Sandney, guitarrista e vocalista da Misantropia.
Os caras tem mais de 20 anos de cena e vão tocar em Palmeira dos Índios pela primeira vez. Mandando um HC old school dos melhores, a banda é a atração certa pra quem quer ouvir um som politizado e se acabar na roda de pogo. Saca só!


Coletivo Escarcéu (CE): Primeiro, fala um pouco sobre como a música e o punk/rock entraram na sua vida e um pouco da história da Misantropia.


Sandney Farias (SF): Eu lembro que na minha infância brincava de cantar enquanto tomava banho, mas com certeza na época nem passava pela minha cabeça fazer parte de uma banda. O rock entrou na minha vida quando eu era adolescente. O pontapé inicial foi dado pelas bandas de rock nacional da década de 80 (Titãs, Plebe Rude, Legião Urbana, Blitz, Ultraje a Rigor, Camisa de Vênus, etc). Observava e valorizava muito a contestação e o teor das letras. Felizmente encontrei amigos com gosto em comum. No bairro onde morava na época e no qual vivi durante 27 anos – o Trapiche da Barra, havia uma galera que fez parte de algumas bandas de rock/metal/punk eles foram responsáveis por me apresentar o som de uma banda que mexeu muito comigo: Cólera. Depois de escutar os primeiros acordes de Tente Mudar o Amanhã eu nunca mais fui o mesmo. Foi daí que nasceu a vontade de montar uma banda e tentar mudar o mundo. A Misantropia iniciou suas atividades no dia 8 de junho de 1991 e de lá para cá muitas coisas aconteceram. Passamos por algumas mudanças de formação, que felizmente foram poucas. Amadurecemos, evoluímos, quebramos a cara algumas vezes e fizemos muitos amigos. Aprendemos que uma banda nunca vai mudar o mundo, no entanto não desistimos de tentar fazer a nossa auto-revolução diária.


(CE): Vocês tem mais de 20 anos de banda, já tocaram em vários lugares e tal, qual a maior diferença dos shows do começo pros de agora?

(SF): A principal diferença que sentimos é com relação a estrutura. Apesar de ainda enfrentarmos algumas situações adversas com o som de alguns eventos, nesse quesito as coisas melhoram consideravelmente. Ainda há dificuldade com relação aos espaços, mas sempre que a galera quer e se mobiliza consegue movimentar as coisas. Hoje, mesmo nos períodos mais críticos, a frequência de shows é bem maior. Tocamos pouco esse ano, mas ocorreram muitos eventos por aqui. Também há uma movimentação intensa no interior, que é bem maior hoje do que há alguns anos atrás.


(CE): Já ouvi de algumas pessoas que tocar no interior é uma experiência foda comparado a tocar na capital. É isso mesmo ou não tem nada a ver?

(SF): Como a frequência de shows/eventos no interior é menor do que na capital isso termina influenciando um pouco na forma como as pessoas participam do show. Na maioria das vezes isso resulta numa energia maior e mais vibração por parte da galera. No nosso caso, sempre que viajamos para tocar, ficamos muito instigados. Não que isso não role quando tocamos em Maceió, mas desbravar o interior, outras cidades e outros estados é sempre uma experiência muito gratificante. 
Já soubemos que a galera de Palmeira agita muito nos eventos e será muito bom tocar por aí, rever alguns amigos, ter contato com o que rola por aí e estabelecer novos laços de amizade.


(CE): É a primeira vez que vocês vão tocar em Palmeira. O que vocês conhecem da cidade e qual a expectativa pro show?

(SF): Essa é a primeira vez que vamos tocar em Palmeira. Eu não conheço muito a cidade, acho que fui por aí a trabalho umas duas ou três vezes, no entanto conhecemos algumas pessoas daí (Erivaldo, a galera da Asfixia e o Ricardo Silva). A nossa expectativa é de que o evento será bem movimentado com a galera interagindo, trocando informações e indo muito além da apresentação das bandas.


(CE): Quem vai nos shows da Misantropia nota que vocês dão muita importância pro lance de fazer o próprio som e deixar covers mais de lado. Na tua opinião qual o tamanho da importância disso pra construir uma cena musical local?

(SF): Realmente sempre nos preocupamos muito em passar nossas mensagens e produzirmos nossas músicas. A Misantropia é um canal que usamos para nos expressar, colocar para fora os nossos sentimentos e ideias. Já fizemos alguns covers, mas foram poucos e na maioria das vezes de banda que não são muito conhecidas. Acredito que tocar as músicas de uma banda que você gosta é uma forma de se aprimorar, de ter mais domínio do instrumento que a pessoa toca, até de satisfação pessoal mesmo. Agora realmente é complicado pensar em uma cena musical restrita a bandas covers. Fora a diversão que isso pode propiciar para alguns grupos ou pessoas eu não vejo muitos aspectos produtivos ou de construção de algo mais sólido. Aprendi com o faça você mesmo que somos capazes de fazer o que queremos, ou seja, podemos ir além do ato de tocar música de outras bandas e escrever as nossas letras, fazer nossas músicas e ter uma banda. 

(CE): Como andam as gravações? Vocês estão pensando em lançar algo em breve?

(SF): Entre outubro e novembro estamos gravando material novo no Concha Acústica – com o nosso grande amigo Dácio. Ainda não sabemos como isso será lançado. São nove sons novos e acreditamos que até o final do ano todo processo será concluído. Não temos muita pressa, assim como também não temos condições financeiras de investir em um formato físico. Assim que tudo estiver finalizado é que iremos ver como esse material será liberado/divulgado. Já temos as músicas e uma capa, agora vamos ver no que vai dar.


(CE): Pra finalizar, queria que você convidasse a galera pra ir no show e o espaço tá aberto pra você falar o que quiser!

(SF): É sempre bom quando abrem o espaço para tocarmos e levar a nossa mensagem. É bom ver a as coisas ocorrendo em vários lugares e saber que há pessoas interessadas em produzir algo, acabar com o marasmo e romper as barreiras. Acredito que a galera de Palmeira e das cidades vizinhas estará presente no evento para fortalecer essa movimentação e para trocar ideias. Não percam o evento, compareçam e participem ativamente. Lembre-se que há algo muito maior por trás disso tudo que vai além do som e da diversão. Por mais difícil e complicado que pareça é possível trilhar um caminho diferente, construir algo novo, ir além do apontar os dedos e apenas reclamar. O primeiro passo é tirar a bunda do sofá e começar a se movimentar.
Valeu pelo espaço aberto e até o dia 15.[CE]


Palmeira Underground

Onde? Aquarius

Quando? 15 de dezembro as 19hs

Quanto: 5 conto!
Leia mais...

19 de novembro de 2012

Reinventando o domingo: A Arca - Entrevista


Por Tiago Anônimo

Eles fazem um som alternativo, sem rótulo e diferente do que os rockers de Palmeira dos Índios estão acostumados a ouvir (e pedir também) nos shows que andam acontecendo com uma frequência "nunca antes vista na história deste município" (só pra não perder o trocadilho rs). Formada por músicos da terra, a Arca foge do consagrado estilo Heavy Metal tão adorado pelos camisas pretas, e das origens Punk Rock que a cidade sempre teve, mas nem por isso deixam de agradar, e muito, a quem os vê ao vivo! O próprio Ivan, guitarrista e vocalista, prefere não definir o que seria o som da Arca, para ele "o resultado final é uma mistura que vai da música regional ao rock inglês".

Pra conhecer melhor a banda e aquecer os motores para o show que eles farão no Palmeira Underground no próximo dia 15 de dezembro conversamos com Ivan Tenório, saca só!

Coletivo Escarcéu (CE): pra começar fala um pouco sobre como surgiu a banda e qual que é a proposta de som que vocês oferecem

Ivan Tenório (IT)É aquela velha historinha clichê da escola, onde os amigos que mal sabem tocar seus instrumentos formam uma banda pra se apresentar nos trabalhos. Passou alguns anos, chegaram mais pessoas e agora nos reunimos com mais freqüência e com um conceito mais consistente – a maioria do repertório é preenchida por músicas próprias, e essas reuniões, esses ensaios, servem como passatempo nas horas vagas.  Quanto ao som, ainda não sabemos definir em qual vertente ele se encaixa, o resultado é um misto de tudo aquilo que nós absorvemos - que vai da música regional até o rock inglês. Até porque eu simpatizo muito com o lance do Tropicalismo, de absorver toda a cultura interna e regional, e vomitar tudo isso de forma pop, nos moldes da música exterior, no caso o rock.

CE: Me fala então como que é o processo de composição! É você mesmo quem escreve as músicas ou 
vocês fazem tudo juntos? Como que é a formação da banda hoje?

IT: Quanto ao processo de composição eu nem sei o que falar, porque nunca atentei pra esse lance de método. As palavras vêm e vão e você tem que tá ali com o violão na mão pra musicar. Tanta música boa que a gente faz, mas acaba esquecendo. As que a gente lembra e leva letra pro ensaio, chegam lá formadas em relação à melodia, mas no meio daquela festa acabam se tornando outra coisa. A gente até notou que ultimamente em cada ensaio, a música sai de um jeito diferente. Mas, é assim, as que sobrevivem, vão pros shows. hehe

CE:  Você falou dos shows...vocês vão tocar no Palmeira Underground...qual a expectativa?

IT: Velho, vai ser foda! Ainda mais com essa vontade grande de edificar uma cena massa, pra que a gente se ocupe nas noites dos finais de semana, pra gente se libertar do comodismo que tá começando a vazar. Para tanto é necessário que a gente continue se empenhando nesse trabalho que vem se consolidando gradualmente. Isso é notado facilmente, porque você vê que nesse segundo semestre, a galera vem se mobilizando e fazendo acontecer. O cinema, com o “Sobre Relógios, Sonhos e Liberdade” e as exibições de filme na casa museu, bandas surgindo e mostrando seus sons nos diversos festivais que ocorreram, poetas, fotógrafos, desenhistas, grafiteiros...

CE: Por que vc acha que até um tempo atrás a cena não era tão ativa?

IT: Não sei, só sei que sempre houve essa vontade de levantar essa cena rica de Palmeira, sempre houve. E agora, não sei se por obra do acaso ou por força do público, essa vontade deu seu primeiro de muitos passos rumo a concretização. E quando falo de cena rica, falo com toda certeza. Porque temos muitas bandas com um som foda, e cada uma dessas com uma identidade diferente: Haldeia, Ariel e tantas outras por aí...

CE: Voltando pra banda, a Arca é formada por?

IT: Por minha pessoa, e por Lucas, Murilo, Bruno, Túlio, Wellington e pelo Rafael. Espero não ter esquecido alguém. (risos)

CE: Vejo que os membros da Arca tocam ou já tocaram em outras bandas da cidade...tu achas que essa interação ajuda ou atrapalha? Afinal nem sempre os horários são compatíveis...

IT: Ajuda, e muito, até nesse lance de tentar construir uma cena. Essa interação acaba aproximando as bandas entre si. Quanto aos horários, nós arrumamos alguma hora perdida na madrugada pra ensaiar lá no estúdio do Wellington. (risos)

CE: Quando eu morava em palmeira nós só tínhamos o estúdio do Evandro e do Ivancildo (no começo) pra ensaiar. Hoje praticamente todas as bandas de Palmeira ensaiam no estúdio do Welligton, só que o clima é todo diferente! Qual a importância que esse estúdio tem pra vocês e, eu diria até, pro crescimento da cena cultura da cidade?

IT: Isso é muito massa, até porque ele é um cara que compactua com o mesmo pensamento da gente, de construir uma boa cena independente. Maior força ele deu pra realização da II Mostra, que aconteceu quinta passada.

CE: E quando teremos um som gravado da Arca pra divulgar nas banquinhas dos shows?

IT: Provavelmente, no final do primeiro bimestre do ano que vem. A gente vai aproveitar as férias pra gravar e jogar o EP pra download.

CE: Pra terminar, queria abrir o espaço pra você dizer o que quiser e convidar a galera pra comparecer no Palmeira Underground.

IT: Quem estiver lendo, compareça ao Palmeira Underground ou o demo vai lhe fazer uma visitinha a noite se você não for. {CE}





Onde? Aquarius

Quando? 15 de dezembro as 19hs

Quanto: 5 conto! 



  
Leia mais...

7 de novembro de 2012

Cultura em Palmeira & o Coletivo Escarcéu!


O que é um Coletivo Cultural?

Bem, vamos começar pelo maldito academicismo, podemos definir Coletivo Cultural como um agrupamento de pessoas que visa à captação de recursos públicos e/ou privados para financiamento de atividades diversas relacionadas à cultura livre. No Brasil, os coletivos se desenvolveram muito bem dentro dos movimentos sociais ligados a cultura popular e cena punk. Estabelecendo um sistema de gestão próprio, com fortes ligações ao chamado “faça você mesmo”. A prova disso é que cada coletivo é adequado ao lugar/cena em que atua, tendo suas próprias características de gerir eventos.

A Pré-história dos Coletivos em Palmeira

Graças ao Facebook, toda a ação de quem organiza eventos ganha uma notoriedade enorme. Mas é bom lembrar que tais ações não são de agora, há um certo tempo, isso já vem acontecendo na cidade. Em meados do ano 2000, já tínhamos a lendária banda Escarcéu que organizou o famoso evento no São Bernardo Hotel (primeiro show de rock da minha vida) e o Trio Ameba, um projeto com Darlan Petterson (Joãozinho Podre) e Kleber Diamond Fate. Só que existia um pequeno impasse: as bandas se juntavam unicamente para fazer um único evento e depois tudo voltava ao marasmo. Em meados de 2003, as bandas Aliba, Imprensa Anônima e Asfixia (atual Scüma) também organizaram um show no antigo CEFET (atual IFAL) e novamente, após o evento, tudo caia na escuridão.



Neste período, tínhamos um grande problema: quem ia dar valor a eventos organizados por moleques sujos do demoníaco universo roquenrol? A coisa prosseguiu por outros eventos, como Desconcerto Musical, e até eventos mais recentes como o Festival de Música Independente. Shows fabulosos e ferventes, mas depois, as camisas pretas passavam meses sem serem usadas...



Como surgiu o Escarcéu?
                 A idéia do Escarcéu surgiu para o Grito do Rock 2012, Uma homenagem a mais banda antiga e simbólica em nossas mentes. Foi-se o grito e partimos para a I Mostra Palmeirense de Arte Livre. Eis que na Mostra, surge uma parceria com o cineasta Ailton Junior e a coisa fluiu como deveria em uma linda noite perturbando a paz na casa do Mestre Graça. Desde o Desconcerto Musical, já tínhamos contato com nosso índio honorário Cosme Rogério. Alexandre Índio sempre esteve junto de nós na correria de eventos. Algumas pessoas tiveram de se ausentar por motivos pessoais (trabalho, esposa e filhos). Tínhamos Rafaela Meres, Tiago Anonimo e Felipe Verlaine (Imprensa Anônima). Com o tempo, outras cabeças foram aparecendo como o Ivan Barros e Wellington (A Arca), Thiago Lima e Pancho Belo (Ariel/Kaliban), Hosato Neto (Agressive Corp), Ricardo Silva, Douglas Adelfo (Scüma) e vários outros nomes que mereço um murro por não citar aqui. Em resumo, todo mundo começou a se unir em prol de um único objetivo: manter um calendário de eventos na cidade. Se antes tínhamos a desculpa que não tínhamos dinheiro e contatos para realizar eventos, agora, todo mundo está trabalhando (comendo o pão que o diabo amassou e cuspiu) e cheio de contatos para tentar agilizar as coisas pela cidade.


A Estrutura

A citação de nomes aí em cima, não é para dar crédito a ninguém. Tudo isso é para que todos percebam algo singelo: não existe um grupo fechado intitulado “Coletivo Escarcéu”. Os eventos são organizados de maneira bem simples: se algum amigo tem a ideia de fazer um evento (música, cinema, teatro, artes plásticas, poesia, dança, etc), todo mundo se junta e vai atrás de seus contatos para conseguir realizar o evento juntos.
Então, alguém que se envolve na organização de um evento, pode não ter tempo de participar de outro e voltar a participar num terceiro evento. A última coisa que pretendemos é a criação de alguma “elite organizadora”. A cultura é livre, então quem se sentir interessado, também é livre parar entrar no barco e se juntar as correrias.

Se não existe grupo definido, por que usar o nome “Coletivo Escarcéu”?

   Simples! Supondo que em Palmeira aconteçam 10 eventos com o nome do Coletivo Escarcéu na organização, isso ecoa de uma maneira fabulosa na rede e no boca a boca. Com este fato, o Coletivo ganha nome e espaço na cena, resultando em artistas que procuram o pólo Palmeira dos Índios para apresentarem seus trabalhos e produtores culturais de outras cidades nos procuram para sondar os artistas que estão se apresentando pela cidade, como é o caso da banda Scüma que já fez alguns shows em Maceió e a Ariel/Kaliban que tocará em Batalha dia 30/11. Resumidamente, fazemos nossos shows e mostras, daí chega um cara de outro estado “Olá! Vi que vcs estão fazendo eventos em Palmeira. Eu tenho uma banda e queria tocar aí? Como faz?” ou “Sou produtor de eventos na cidade X, que bandas estão rolando aí em Palmeira? Indiquem algo para tocar aqui...” e assim, a coisa vai crescendo...


Quero uma banda ou evento, o que se há de fazer?


           Você pode simplesmente postar no grupo de coletivo, uma banda que você queira trazer para Palmeira ou evento que queira realizar. Veremos com nossos contatos o que pode ser feito e te daremos todo suporte que pudermos. Afinal, a intenção é única: Palmeira precisa ser uma cidade movimentada. Se a cidade se tornou um pólo universitário, então a cultura precisa transitar incessantemente. Tenha idéias, sejam autônomos! Organizem seus próprios eventos e difundam suas idéias para melhoria do que fazemos, esta é a melhor forma de crescer. O grupo no facebook foi criado justamente para isso.

Da mesma forma que se oferece ajuda, também se pede. Quem souber de evento e se sentir interessado em participar da organização, pedimos que por favor se manifeste e entre em contato! Precisamos, por exemplo, de alguém para cuidar de nosso bloguinho (fazer entrevistas com nossas bandas e cobrir eventos alternativos na cidade), também precisamos de alguém para assumir uma facção de “cultura popular” dentro do coletivo ou até mesmo criar um outro coletivo voltado para eventos mais regionais, trazendo assim, culturas de fora do universo rockeiro para a cidade. Mas e aí? Quem se candidata? Ainda somos poucos e temos muitas limitações. Toda a ajuda é mais que bem vinda e não podemos depender de nossos governantes para que isso se realize. Somente juntos mudaremos nossa fatídica rotina... Cuiiiiiidaaa!!







Leia mais...

3 de novembro de 2012

A Arte Contra o Marasmo!

Na cidade onde impera o tédio, a monotonia e onde a apatia tem se tornado uma epidemia, aconteceu algo inusitado: uma mostra de curtas que reuniu uma diversidade significativa de produções independentes. Ao adentrar no espaço tínhamos como recepção, fotos que remetiam ao cenário embrionário da nossa tão amada e detestada Palmeira dos Índios, esse olhar pertencia ao Cosme Rogério, e, depois de alguns passos, um telão que já exibia um curta (eu tenho sérios problemas em cumprir horário).



           Logo à frente, a morbidez-demente da figura que organizou essa empreitada Erivaldo Mättus, ao seu lado estavam o mecenas e fotografo Ricardo Silva e o aspirante a cineasta Ailton Júnior todos em uma linda mesa (lugar onde eu fiquei toda a noite) forrada por fanzines, revistas, livros e CDs.

     Em uma alternância muito atrativa: cinema, música, exposição de fotos, desenhos, poesia, e camisas com montagens toscas feitas pelo Nadrebor, este ilustre habitante de Arapiraca, a noite suprimiu um pouco do tédio que tanto nos atormenta. 
            Tal evento comprovou o quão valoroso é o nosso esforço em se manter sãos e ativos através da arte. O que mais me chamou a atenção foram as bandas. Começando pelos metais do Wellington (esse cara tem dado uma grande força as bandas da cidade sem distinção do gênero) e Cia.
          A próxima banda foi o Ariel/Kaliban que tem representado muito bem o heavy metal em terras xucuru-kariri. Depois de outro curta chamado “Confinópolis – A Terra dos Sem Chave” para encerrar a parte cinematográfica do evento.
           Mais uma banda se apresentou,era Cosme Rogério e Seus Caboclos, que chegaram fazendo um resgate de nossas raízes tocando toré e coco de roda, relembrando nomes de muita importância para cultura local e universal como Jacinto Silva e Chico Nunes.
               Por fim, a banda que subiu ao palco foi “A Arca” que nos fez viajar em um rock psicodélico pós-moderno, a apresentação contou com participação do Alexandre Índio (Aliba e agora Ariel/Kaliban) cantando alguns bregas clássicos e assim terminou a farândola.
             A conclusão a que cheguei foi que nossa pequenina cidade tem algo a mostrar, que há mentes inquietas e descontentes com todo esse marasmo e que é mais que necessário resistir ao ostracismo, é vital. É dessa maneira que devemos seguir mantendo o espírito “faça você mesmo” vivo em nossas entranhas, estamos condenados a sobreviver no limbo, mas nunca nos acomodaremos, mesmo que ninguém nos ouça continuaremos nosso escarcéu. Avante cambada de matuto!!!!


Matéria: Douglas Adelfo
Fotos: Ricardo Silva
Leia mais...

27 de setembro de 2012

Arcos, Flexas e Guitarras. O Roque dos Índios Ataca Novamente!


     Mais um sábado aparentemente calmo sob um enorme cemitério indígena apelidado de Princesa do Sertão. A data era tão importante que as divindades enviaram meteoritos e almas sebosas para um rockinho maldito na Boate Aquarius, o CBGB do agreste. Logo na porta, confirmei o que era quase certeza, o tão especulado volume de 400 camisas pretas era irreal. Quer o público verdadeiro de um evento? Pegue os participantes confirmados do facebook e divida por dois.

Como Mattüs não tinha chegado, falar sobre a primeira banda ficou a cargo de Ivan...

Os primeiros acordes estridentes da noite foram dados pela banda Laments of Violet. A estreante conseguiu levantar o público palmeirense com seus cantos guturais, fazendo covers de bandas renomadas do new metal. Com guitarras bastante distorcidas e um ritmo frenético, resultando num estrondoso peso melódico, os rapazes desempenharam bem o seu papel de abrir o show e surpreenderam a quem cedo chegou.


Erivaldo chega, e atrasado, rouba a palavra!

Dois contos na bilheteria, meu quilo de fubá nas mãos do segurança e já Elvis! Estava adentrando ao melhor lugar para se ir neste fatídico sábado. A Agressive Corp estava montando os instrumentos e, assim que começaram a primeira canção, teve início um inferninho de pancadaria fraterna entre o público. O pogo se seguiu por todas as músicas. Os shows em Palmeira dos índios são alimentados pela “seca” de eventos. E quando uma banda de hardcore se apresenta, o público tem meses de energia acumulada para exorcizar. As músicas tinham ritmo frenético, transitando por covers do Matanza, Mukeka di Rato, Raimundos, etc. Eis o único item que me deixou descontente na apresentação. Covers são legais para emocionar o público com hits guardados na memória dos expectadores, mas não dão identidade alguma a banda. Nenhuma preocupação nisso, afinal, o grupo vai se desenvolvendo em novas apresentações, e assim, irão surgir suas crias musicais malditas. Ansioso pra ver o que sai nesta nova maldição Palmeirense intitulada Agressive Corp.


             Em seguida, todo mundo mostrando pra que tinham cabelos (ou não), é hora de bater cabeça com o Ariel/Kaliban. A banda mostrou que tem um público fiel e massacram os fãs com gritos estridentes, adicionados a passagens folks, com guitarras soltando marretadas do mais puro heavy/prog/folk metal. Sei que estou errado em criar rótulos, pois o som não se parece com nada que eu tenha ouvido até então, a originalidade mostrou as garras e retalhou todos os headbangers presentes, juntamente, com as garotinhas do rock que pareciam ir ao delírio com as letras e performances do grupo. Uma bateria possessa, agudos ensurdecedores, guitarras massacrantes, baixo marcante e uma flauta hipnótica, a Ariel/Kaliban mostrou que não deixa nada a dever nos assuntos metálicos. Em destaque de influência, os expectadores foram ao delírio com covers do AC/DC e Iron Maiden.
               


Ivan não pode falar da própria banda, Mattüs prossegue descaradamente...

Hora da descontração, enquanto o grupo “A Arca” se preparava para tocar. Coca cola na mão, cigarro na outra e percebo que algo bem diferente iria acontecer. Trombone e Udu (percussão) no palco? Isso pra mim é coisa nova! E, realmente, era. De uns tempos pra cá, ando buscando bandas que possuam uma certa “versatilidade” sonora, e os moços conseguiram juntar um som pacato de se ouvir, com alguns instrumentos peculiares ao roquenrol tradicional. O grupo deu uma certa demora para se organizar, não sei se por culpa dos técnicos de som ou dos músicos, a banda causou um período de silêncio, última coisa que pode acontecer num show que envolva o maligno roquenrol. Cada minuto de espera valeu a pena, ótimos músicos mostrando suas empreitadas no universo sonoro. O produto final é um rock alternativo com pitadas de regionalismos. Um som envolvente que fez as donzelas balançarem suas madeixas e os marmanjos refletirem sobre suas frágeis existências. Algo novo e agradável para ouvidos decepcionados com a mesmice.


           
Ivan desaprova a bajulação, atira em Mattüs e salva a palavra!

Para encerrar a noite, a antológica banda palmeirense Haldeia, uma das mais antigas em atividade na cidade dos índios, conseguiu executar um bom repertório que ia dos ingleses do Coldplay até Luiz Gonzaga. E o ponto mor de sua apresentação se deu quando se fez versões da galera de Pernambuco, como “Manguetown”, de Chico Science e “Quando a Maré Encher”, da Nação Zumbi. Os que esperaram até o final, dançavam como loucos carangueijos, no compasso ritmado das alfaias. Show massa!



                   Ass.: E. Mattüs & Ivan Barros
     Fotos: Estilo Fest, Ricardo Silva e Aílton da Costa

Leia mais...

13 de julho de 2012

ENTREVISTA COM A BANDA ARIEL/KALIBAN

O Ariel/Kaliban é uma das bandas mais interessantes de Palmeira dos Índios, com um som peculiar que mescla o lirismo das letras com um som pesado e denso, digno de qualquer amante de heavy metal e literatura ultraromantica. E nada melhor para comemorar o dia do rock  uma entrevista com Pancho, vocalista da banda.




                                                                                                                            Por Felipe Verlaine

1. Em primeiro lugar queria parabenizar a banda por estar ainda na ativa e pelo som super joia! A primeira pergunta provavelmente pode ser meio que esperada ou normal para vocês. Qual a origem do nome da banda? E o que ele representa pra banda?

O nome foi cogitado por mim há uns cinco anos atrás devido a minha influência com Alvares de Azevedo. As faces Ariel e Caliban são apresentadas pelo poeta em sua obra Lira dos 20 Anos, na qual Alvares a divide em três partes: a primeira como "Ariel", a segunda como "Caliban" e a terceira sua poesia retorna como "Ariel". Os escritos das faces Ariel são ingênuos e romanticamente idealizados, enquanto que na face Caliban Azevedo apresenta-se sarcástico, descrente com relação ao amor e tipicamente ultrarromantico - aproximando-se da morte como meio de salvação do amor que ele pensava ter existido enquanto Ariel e que descobriu não existir enquanto Caliban. A representação desses duas faces para a banda Ariel/Kaliban se dará como a dicotomia existente no ser humano, o seu jogo de antíteses em possuir a escolha dos dois caminhos possíveis na vida: o bem e o mal. Isso se reflete também nas letras e na harmonia musical, na qual haverão músicas cujo tema será mais reflexivo (tocada em baladas), como em Descanso, e outras que mostrarão um mundo sombrio transformado pela própria humanidade onde a batida da musica será mais agressiva, como em Castelo de Drácula.


2. Pelo que ouvi das músicas, posso estar equivocado, mas senti uma certa influência do Ultraromantismo nas letras. Quais são as influências para escrever as letras e suas respectivas temáticas?


A maioria das letras são ou foram modificadas por mim, mas a musicalidade é da banda como um todo, um conjunto. A maioria dos rabiscos das músicas que tocamos hoje foram feitas por mim e por Ninnenberg (guitarra) quando fazíamos sétima série e adiante. A maturidade (claro) nos fez corrigir muita coisa que tínhamos criado naqueles tempos. Como foram feitas na adolescência (e as letras eram feitas por mim - e eu tinha como admirador o poeta Alvares de Azevedo) as letras tinham influencia direta do Ultrarromantismo. Com o passar do tempo a profundidade noutras leituras ampliou o leque de influencias e temáticas: escrevo sobre guerras (influencia musical de bandas de folk metal) de um ponto de vista reflexivo (e se eu fosse aquele soldado que tinha duas filhas e que queria voltar para casa para vê-las crescer?), sobre o amor (Amor ao Som da Lira/Para Sempre/Imortal), a solidão (Descanso), sobre o homem como o ente social que destrói/constrói (Homens)... e por ai vai. No final, tudo o que se vive, o que se leu, que se ouviu acaba virando inspiração para se compor uma música.

3. O Ariel/Karliban está com outra formação pela última apresentação que assisti. Conte-nos um pouco sobre como a banda se formou até chegar a atual formação.

Nós estamos com essa formação ja faz um tempo, talvez quase um ano ou um ano e pouco, o tempo que voltamos com gás para ensaiar. Antes havia outra banda chamada Carma, há muito tempo atrás, que era de punk rock formada pelo Ninnen, o Thiago (baixo atual), o Erivaldo (baixo antigo) e outros amigos deles. Eu ja era bem amigo do Ninnen nesse tempo e cantava ruim que era uma beleza, o que nunca me travou de cantar. Teve um dia que o pessoal formou outra banda e me chamou pra cantar, acho que a média da faixa etária da gente nesse tempo era de 15 anos, e pensando no "Carma" da antiga banda deles, eu escrevi a música "Karma". Aí já estávamos comigo (vocal), o Ninnen (guitarra), o Thiago (guitarra) e o Erivaldo (baixo), a galera chamou o Jackson que tocava bateria em casa, numas panelas e baldes - e tocava PRA CARALEO! - e formamos uma banda que depois passaria a se chamar Ariel/Kaliban. Nos apresentamos algumas vezes em Palmeira nas edições do Desconcerto Musical, FMI e Ariel/Kaliban Festival e outra em Uniao dos Palmares com a galera do Escrúpulo Douda. Eu passei um ano e meio em Brasília e me afastei da banda, mas a galera tocou o barco sem mim e com nova formação: o Erivaldo passou a cantar e o Alex assumiu o baixo. Ainda fizeram algumas apresentações assim. Eu voltei e assumi o vocal de novo e a banda pretendia colocar um teclado para alterar a harmonia - o Erivaldo assumiu isso. E então gravamos o primeiro EP da Ariel. O baterista passou a ter um problema nos dois joelhos e deixou de tocar bateria para se tratar - foi onde chamamos o Drummerboy (vulgo Wesley), o mais novo da banda e o cara toca demais. Adotamos ele e pouco tempo depois Erivaldo deixou a Ariel por questões pessoais, nada de brigas ou discussões, coisas dele - e o Alex também saiu. Então ficamos eu, o Ninnen, o Thiago e o Drummer. Ainda chamamos o Murilo para tocar guitarra conosco, outro bom músico, ainda passamos a ensaiar algumas vezes, finalizamos Imortal juntos e gostamos muito da música, mas depois de um tempo o Murilo também saiu. Pensamos em como cobrir o vazio deixado pela falta da segunda guitarra e chegamos na atual harmonia. A ausência da segunda guitarra era somente a falta de costume e um treino a mais por parte da banda... questão de adaptação ao que nós tínhamos em mãos e o que era possível ser feito. Daí então ficamos como estamos hoje: Eu no vocal, Ninnen desenrolando base e solo de guitarra, Thiago na base com o baixo e o Drummer na batera.


4. O que vocês acham das bandas de Palmeira dos Índios? Como vocês veêm a cena local?

A cena musical em Palmeira já foi bem melhor. Hoje são poucos daqueles que tocavam antes que ainda mantém o rock funcionando. O que eu gosto das bandas de Palmeira é que nenhuma tenta ser igual a outra em estilo e se bem me lembro todas têm um trabalho autoral - que aquilo que diferencia uma banda da outra. Podemos ter varias bandas cover de rock n' roll na cidade, mas nenhuma será igual ao Aliba - pelo seu trabalho autoral - e assim vai para o Asfixia, Imprensa Anonima, Haldeia... A galera toca o que gosta e cria com base naquilo que gosta. O que falta para o cenário de rock em Palmeira crescer é que quando houver o evento (que a galera que promove rala pra caraleo pra fazer um evento as vezes até UM NUM ANO) não ter nenhum rockeirinho nojento com prejulgamento de QUALQUER QUE SEJA A BANDA. A galera precisa aprender a ouvir aquilo que é apresentado, se gostar ou não por causa do tipo de musica é outra coisa, e também precisa sair de casa e ir até o evento e entrar no show, ou seja, pagar o ingresso. A galera de Palmeira que tenta criar/manter a cena nunca lucrou com nada dos eventos que houve, até levou prejuizo, mas nunca deixou de ir tocar ou se organizar por conta disso. Se a galera passar a ouvir as bandas, os trabalhos autorais e os covers, curtindo o evento como um todo, o rock em Palmeira passará a ter valor e a cena terá de tudo para se tornar grande.

5. A apresentação de vocês na Noite dos Malditos II foi incrível (saiu até uma foto da banda na reportagem que a Gazeta de Alagoas fez sobre o evento =D). Qual foi a impressão da banda sobre essa apresentação?

Nós só temos a agradecer (a vocês, ao pessoal da Popfuzz e a galera presente)! A gente estava sem nos apresentar fazia um bom tempo, embora viessemos ensaiando há outro bom tempo. O que a gente podia fazer era evitar a catástrofe. O som estava bom (valeu Rey!), a galera nos compreendeu, os ouvintes participaram, aplaudiram! Saimos muito felizes 2hr da manhã do sábado para pegar a estrada morrendo de sono e enfrentar quase duas horas de viagem!



      


 6. Vocês estão com um EP gravado chamado Karma. O que tem de diferente no Ariel/Kaliban deste trabalho para o Ariel/Kaliban de hoje?

Nós eramos mais novos quando gravamos o KARMA, e se hoje ainda falta muito para a nossa música, quem nos dera antes! As levadas das músicas como um todo, das três que tem no EP, e algumas frases vocais foram repensadas. Passamos a nos tornar mais agressivos, até pelas influencias do Drummer, é bom ter um cara que acompanha aquilo que a gente pensa em fazer - tentamos puxar mais para o Metal mesmo, acelerando a batida. Eram poucos os que tinham noções teóricas de musica. A gente criava pelo feeling mesmo. Estamos mais maduros musicalmente falando, o que ajuda no processo de construção de uma música. A voz está se encaixando melhor com a guitarra, que está com o baixo, a bateria, etc. É questão de se levar a sério conhecendo como a música (teoria musical) funciona.

7. Como é o processo de composição da banda
?

Geralmente vem alguém com um riff novo e apresenta a todos. Quando não é assim, temos uma letra pronta e criamos a música em cima da letra. Quando não, como ja foram feitas algumas vezes, a gente ta junto na casa de algum integrante da banda, dá uns acordes, sai algo legal, criamos a base da música la mesmo, tanto os riffs quanto as letras. Depois é lapidar a música bruta.

8. Pra finalizar, gostaria que vocês falassem dos planos futuros da banda.

Nós continuamos ensaiando regularmente no HD Estúdio (Estúdio do Wellington), em frente a igreja dos Mormons aqui em Palmeira, que é um maestro daqui. O cara literalmente adotou a gente (e temos muito a agradecer a ajuda e ao incentivo que ele vem nos dando). Estamos gravando com ele as guias das músicas que não foram lançadas no KARMA. Provavelmente em um mês teremos de duas a quatro músicas novas para a divulgação. Depois disso, regravaremos as três do EP para atualizar as músicas. Posteriormente tentaremos algo por Palmeira, Arapiraca e Maceió - para divulgar nossas músicas e tentar manter a cena de rock - e a própria banda - viva (falo essas três que é por onde nós temos algum tipo de contato). A Ariel/Kaliban está em estúdio e com meio pé na estrada. Agora é tentar não ficar parado.Valeu galera do Coletivo Escarcéu pela entrevista e estamos aí para o que precisarem! Valeu!








Facebook : http://www.facebook.com/ArielKaliban 


Leia mais...