25 de abril de 2012

Sangue, Imagens e Cultura: Arte de Graça na Casa do Graça!



Por  Tiago Anônimo
e Erivaldo Mattüs

No próximo dia 28 de abril o Coletivo Escarcéu em parceria com o Sirva-se e colaboração do CineClube Lampíão Cultural apresentam em Palmeira dos Índios a I Mostra de Arte Livre Palmeirense que vêm trazendo opção de lazer e cultura através do cinema e da fotografia. Além da exposição fotográfica que vai estar rolando durante toda a noite serão exibidos 4 curtas metragens, isso tudo na Casa Museu Graciliano Ramos a partir das 19hs. 

Pra galera conhecer um pouco mais sobre a Mostra apresentamos um release dos filmes e uma entrevista feita com Luiz Rios e Rafaela Meres sobre suas expectativas e seus trabalhos que estarão sendo apresentados.

Psychodemia: Produzido pela Scoria Filmes trás um rapaz de infância difícil perde seus pais ainda adolescente e é obrigado a conviver com seu irmão que possui uma rara deficiência mental. Num quarto sujo e bagunçado no centro da cidade, sentindo-se cada vez mais sozinho e isolado, o rapaz transforma-se num perigoso assassino sedento por vítimas e sessões de tortura. Com isso, pretende usufruir dos cadáveres como companhia à sua tão solitária vida; mas os mortos haverão de se vingar.



3 Cortes: Dirigido por André Kapel Furman, André ZP e Fernando Rick "3 Cortes" é uma coletânea com 3 curtas de Horror independentes nacionais, sendo eles: "Sozinho", "6 Tiros, 60 Ml" e "Coleção de Humanos Mortos".

Um marco no cinema INDEPENDENTE Nacional, 3 Cortes é uma grande porta para todo fan e apreciador deste gênero extremo e transgressor.

"Sozinho"
Um homem solitário (José Salles) conhece uma bela mulher (Mara Vanessa Prieto) numa loja de Cds e numa noite de solidão, ele decide marcar um encontro na casa dela, não imaginando o pesadelo que o aguardava.

"Coleção de Humanos Mortos"
Um assassino violento (Ulisses Granados) coleciona humanos mortos numa "sala de tortura", no sotão de sua casa, onde primeiro se diverte infligindo dor às suas vítimas, entre elas uma bela mulher (Tiara Curi), raptada de sua casa. O psicopata é influenciado a cometer os bárbaros crimes seguindo orientações malignas das personificações do ódio (Luis Sorrentino), da loucura (Fábio Castro) e do prazer (Marina Anlop).

"06 Tiros, 60 ml"
Um perigoso traficante de drogas (Fernando Pavão) é morto por overdose. O cadáver está num hospital à espera de uma autópsia, e misteriosamente retorna à vida, iniciando um massacre entre os funcionários, entre eles uma bela enfermeira (Thais Simi), culminando com um confronto sangrento com um outro traficante (Nicolas Trevijano) de uma facção rival. (fonte: http://filmow.com/3-cortes-t19779/)

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Entrevista LUIZ “BUZUGO” RIOS

Sócio na Scoria Filmes e patrão na Sirva-se não posso nem falar desse maloqueiro artístico. Luiz Rios está sempre envolvido no tornado que envolve eventos da cena underground de Maceió, um novo ataque de trabalhos foi bolado e agora podemos provar de seus trampos na área fotográfica. Um ótimo trabalho! Acredito que será bem associado aos que curtem a cultura punk.Segue aí um lindo interrogatório com  o maldito: 

Coletivo Escarcéu (CE) - Eaew moral! Em que período da loucura, a fotografia entrou em sua vida? 

Luiz Rios (LR) - Desde moleque sempre me interessei pela parada, mas comecei a me inteirar mais quando me envolvi com o skate, ficava impressionado com a reprodução em foto das manobras e passei a querer saber mais sobre o assunto. 

(CE) - O curso de Jornalismo deu uma impulsionada no trabalho? 

(LR) - Com certeza. Entrei no curso meio que às cegas, só levando em conta esse meu interesse em conhecer melhor o universo da fotografia e também dos fanzines. Com o tempo fui naturalmente me atrelando a outras coisas da comunicação, mas ainda assim, mesmo sem ter um boa base na faculdade, fui percebendo que fotografar exigia antes de tudo percepção e isso o curso me deu bastante, maneiras de enxergar as coisas pra buscar congelar os momentos e consequentemente documentar e/ou passar mensagens de situações específicas. 

(CE)Num mundo onde câmeras digitais, além de filmar namorados no coito, tem proporcionado uma nova dimensão para a fotografia, você acredita que essa liberdade de acesso botou do avesso o mundo das fotografias? 

(LR) - Sim, principalmente porque o acesso hoje em dia é bem mais democrático, e isso é ótimo, por outro lado isso não quer dizer necessariamente que qualquer um pode ser fotógrafo, é preciso saber olhar, se inserir no momento mesmo e expor a visão de um observador, coisa que tecnologia nenhuma vai enfiar na cabeça das pessoas. 

(CE)Além dos trabalhos como fotógrafo, você também é fanzineiro e gestor da Sirva-se. Como a fotografia tem se disseminado em seus outros trabalhos artísticos? 

(LR) - Pra começar não me considero fotógrafo, apesar de trabalhar profissionalmente como um. Sou mais um amante da coisa toda e me esforço pra que o resultado dos meus trabalhos evoluam, além de estar sempre buscando novos conhecimentos e técnicas, o que me tornaria um fotógrafo de verdade, digamos assim. 

Hoje não manjo de muita coisa ainda e não sei boa parte da teoria de fotografar, dessa maneira sou mais intuitivo e faço valer minha visão mesmo, que considero razoável. Mas daí aproveitando oportunidades e situações que esses outros trabalhos me proporcionam sempre busco experimentar e estudar fotografia praticando, seja pra publicar no blog ou mesmo nos fanzines.

(CE) -  Soube de sua grande expectativa em conhecer o Cristo Redentor no Alto da Serra, é verdade? Umas palavrinhas de incentivo para quem se interessa por fotos e ainda não tomou iniciativa?

(LR) -  É verdade sim, principalmente porque ouço falar bastante que o lugar tem uma visão irada da região do agreste e como curto muito imagens, quero registrar na minha cabeça e em fotos esse mirante natural. Pra quem ainda não tomou a iniciativa, recomendo começar com humildade e buscando conhecer bem as técnicas, além de treinar exaustivamente a visão das coisas cotidianas. Tem muita gente que compra uma câmera foda e já se acha fotógrafo. O caminho não é por aí, pra fotografar tem que ter felling, dedicação e prática, porque quem faz a foto não é o equipamento e sim a astúcia e visão do fotógrafo.

Entrevista RAFAELA MERES

Estudante de arquitetura e apaixonada pela fotografia e pelas artes, Rafaela Meres é uma pessoa muito interessada na cena independente. Sua participação nessa I Mostra de Arte Livre não é por acaso, talentosa, exibe pela primeira vez seu trabalho na terra natal. É sem dúvida boa pedida para quem curte liberdade de poética!

Coletivo Escarcéu (CE) - Quando começou o seu interesse por fotografia?

Rafaela Meres (RM) - A paixão vem desde a infância. O admirar das cores, das composições, das cenas inusitadas... Mas foi ao rever as lembranças em tom de sépia dos álbuns de família que o conceito se instalou em mim. A faculdade ajudou na prática e a admiração por mestres como Bob Gruen, Cartier Bresson e Astrid Kirchherr tornou a fotografia praticamente o ar que eu respiro nas horas vagas. 


(CE) - O que podemos esperar do seu trabalho nessa exposição?

(RM) - A dica é escancarar a porta e deixar a poética entrar. Meu olhar é quase filosófico nessa exposição, onde procuro mostrar momentos inéditos do dia a dia. Momentos que passam e a gente nem vê, ou quando vê nem percebe a beleza daqueles breves segundos. O bacana é ver a poesia trazida pelo jogo de luz e sombra. Ora focando um cantinho branco da parede, ora dramatizando a estadia forçada de um pássaro aprisionado. 

(CE) - Qual a sua expectativa pra essa Mostra? O que você achou da ideia de expor filmes e fotografia na mesma noite?


(RM) - Simplesmente contando as horas pra ver as pessoas espalhadas pelo hall da Casa Museu, olhando as fotos, filando uma pipoquinha, esperando inquietas para os curtas começarem... Fantástica! Creio ser uma das melhores combinações no meio das artes. Faltando aí só os velhos shows de rock. 

(CE) - Palmeira dos Índios é uma cidade que ainda carece de mais eventos culturais dessa natureza. Na sua opinião qual a importância de eventos como essa I Mostra de Arte Livre?

(RM) - É legal ter mais eventos como esse porque a cidade já tem cultura histórica, o que falta é incentivo de ambas as partes da cidade para tornar eventos como esse mais freqüentes. Agora com o Coletivo Escarcéu agindo na cena alternativa da cidade, espero que esse leque de eventos se torne mais freqüente e mais diversificado que o atual. 

(CE) - Por fim, que mensagem você gostaria de passar pras pessoas que vão à Casa Museu no próximo sábado?

(RM) - Quem tem preguiça de sair de casa, mova-se! (risos) Vai ser um evento marcante, sem dúvida alguma. Uma noite como essa recheada com cine, pipoca de graça e uma pitada do que vem por aí é pra rapaziada levantar do sofá, pegar seu quilo de alimento, carteira de identidade e correr pra Casa Museu. Então, vejo vocês no sábado!

Confiram a programação completa abaixo:

19:00 hrs – Abertura do Evento. Exposição de fotos aberta ao público.
19:40hrs – 20:20hrs – Compilação de Curtas “3 Cortes” (2 Curtas, Ficando um para o Final)
20:20hrs – 20:45hrs – Debate “O Cinema Independente Nacional”
20:45hrs – 21:00 hrs – Coffee Break
21:00hrs – 21:30 hrs – Trailer “Zona Trash” + Curta “Psychodemia” + Curta “Sozinho” (3 Cortes)
21:40hrs – Encerramento do Evento

Onde? Casa Museu Graciliano Ramos.
Quando? Sábado, 28 de abril, às 19hs.
Quanto? 1kg de alimento não perecível.

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